(Mondovi, 1913 - Villeblevin, 1960)
Filósofo e escritor francês nascido na Argélia. Pensador existencialista que recebeu o Nobel de literatura em 1957. Procurou denunciar os absurdos do radicalismo ideológico e da condição humana. Autor de O Estrangeiro (1942), O Mito de Sísifo (1942), Estado de Sítio (1948), O Homem Revoltado (1951) e A Queda (1956).
“A Peste: Imbecil! Dez anos do amor desta mulher valem mais do que um século da liberdade destes homens.
“Diogo: O amor desta mulher é meu reino, meu, apenas. Posso fazer dele o que quiser. Mas a liberdade desses homens pertence–lhes. Não posso dispor dela.
“A Peste: Ninguém pode ser feliz, sem fazer mal aos outros. É a justiça desta terra.
“Diogo: não nasci para consentir nessa justiça.
“A Peste: Quem te pede para consentir? A ordem do mundo não mudará, ao sabor de teus desejos. Se queres mudá–la, deixa teus sonhos e toma conhecimento da tua realidade.
“Diogo: Não. Conheço a receita: é preciso matar, para suprimir o assassínio; violentar, para reparar a injustiça. Há séculos que isso dura! Há séculos que os senhores de tua raça apodrecem a chaga do mundo, sob o pretexto de curá–la – e, no entanto, continuam a vangloriar–se de sua receita, uma vez que ninguém lhes riu na cara!” (CAMUS, A. Estado de Sítio, III ato).
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