terça-feira, 31 de julho de 2007

AUTO-ESTIMA Arlene Barnak

Ter auto-estima é valorizar quem você é
Arlene Barnak


Comece a dar importância às próprias qualidades e coloque-as em prática o quanto antes. Em relação aos defeitos, não os ignore: aceite-os e, com paciência e amor por si mesmo, poderá transformá-los.

**Como saber se a nossa auto-estima está em baixa?
Os sinais são sentimentos de insegurança, de indecisão, de frustração, de inferioridade quanto a gente se compara com alguém, de não saber o que é melhor para si.

**Esses sentimentos são muito comuns na maioria das pessoas. Por quê?
Nossa cultura tem certos padrões – de moda, de beleza, de comportamentos – em que a gente se baseia para se sentir aceitos e valorizados. Então, quando não nos enquadramos dentro daquilo, vem a insegurança. A educação que recebemos nos mostra como ser melhores, mas muitas vezes entendemos certos valores como uma exigência de perfeição e acabamos nos cobrando perfeição. Tentamos ser quem a gente não é para agradar aos outros e a nós mesmos.

**Como lidar com isso?
Desenvolver a auto-estima é um caminho de autoconhecimento. É descobrir quem a gente realmente é e se gostar, se valorizar. Para isso é preciso olhar dentro de nós e perceber nossa beleza interior, qualidades, talentos, o que temos a oferecer. E reconhecer também aquilo de que a gente não gosta, as imperfeições, fraquezas e negatividades.

**Ao tentar descobrir quem a gente realmente é, não há risco de confundir com quem a gente gostaria de ser – tomar outra pessoa como modelo, por exemplo?
Autoconhecimento é um caminho para toda a vida. Pode haver, sim, uma fase em que a gente se identifica com alguém. Mas, na verdade, as qualidades que reconhecemos nos outros, de alguma maneira, têm a ver com as nossas. O que admiramos fora também existe dentro de nós, mas talvez de uma outra forma, com uma expressão diferente que vamos descobrir qual é. Já o que não tiver a ver conosco, certamente não vai se encaixar, não poderá ser sustentado.

**Ter auto-estima, então, significa desenvolver nossas qualidades?
Sim. É preciso conhecer os aspectos divinos que existem dentro de todos nós, mostrá-los, usá-los. Ao fazer isso, obtemos o reconhecimento dos outros – o que anima e estimula. O problema é que, muitas vezes, a gente não ousa expressar o que temos de melhor com medo do que os outros possam pensar.

**Como se começa a mudar o que a gente não gosta?
Com uma decisão, uma escolha. É como dizer para si mesmo: ‘eu escolho ser diferente e me comprometo com isso”. Mas a mudança leva tempo e não se pode ter pressa. É preciso observar-se para ver como funciona aquilo de que a gente não gosta, assumindo a responsabilidade por ser daquele jeito.

**Dê um exemplo de como isso funciona.
Vamos supor que uma pessoa seja estourada, do tipo que chuta o balde com os outros. No início, ela só consegue se dar conta do seu comportamento depois que já discutiu. Mas, como já está se observando, em vez de culpar o outro ou justificar-se, ela vai perceber qual foi sua responsabilidade naquilo. Conforme ela pratica a observação, chegará a um ponto em que percebe o que está sentindo antes de discutir – e aí, talvez consiga evitar uma atitude agressiva.

**Ela poderá não chutar o balde como sempre, mas estará sentindo raiva do mesmo jeito?
Sim, mas pelo menos não terá repetido o comportamento que quer mudar. O primeiro passo é se controlar para não recair no que não se gosta. Conforme se abre mão dos pensamentos e atitudes, o sentimento vai mudando lentamente. Transformação é isso: observação, aprendizado, paciência. É usar o que temos de melhor para lidar com aquilo de que não gostamos. É ser a nossa própria mãe, o próprio professor, o melhor amigo.

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